"Mercado do DPVAT anda muito prostituído"
Não cabe à Seguradora Líder determinar quantos atendimentos a
vítimas do trânsito um corretor de seguros deve ou pode realizar no sistema
DPVAT. A afirmativa é do sócio-gerente da mineira Canuí Corretora de Seguros,
Jorge Inácio Meireles, para quem atender o segurado é o trabalho do corretor,
habilitado e cadastrado. “A
restrição, portanto, é uma atitude descabida e péssima, em um serviço que
sequer é comercial, mas social. Quem perde é o segurado”, critica.
Nessa linha de raciocínio, Jorge Meireles sustenta que a
limitação impõe um prejuízo social, privando-se a vítima de um atendimento
presencial e qualitativo. Para ele, não se pode fechar os olhos ou simplesmente
ignorar a seguinte realidade: o corretor é o profissional que está próximo ao
segurado, prestando, sempre, um serviço qualitativo. É difícil entender,
segundo ele, a promoção de ações que dão as costas para isso. O compreensivo e
necessário para Jorge seria a adoção de medidas inversas, com a implantação de
uma política de incentivo à categoria, de modo a permitir que o profissional
sustente os gastos com a estrutura de atendimento. Ele lembra que em
praticamente todas cidades do Brasil há corretores em atividade.
Contrariado com a arquitetura de rejeição ao corretor de
seguros, Jorge Meireles pergunta, ironicamente: “O atendimento nos Correios também será
limitado?”. Ele conta que o serviço prestado nas agências macula o
sistema DPVAT. “Lá não tem
ninguém treinado, o que faz do canal um verdadeiro martírio. Mas o péssimo não
tem restrição, não é mesmo?”, acusa. Ele acredita que nos Correios,
a documentação, em geral, segue com larga margem de erro, o que, para ele,
eleva o prazo da liquidação do sinistro para absurdos três, quatro meses, ao
menos. “Claro que é um canal que faz mal ao
segurado”, sentencia, lançando um desafio: “Em nome da transparência, a Líder
deveria tornar públicas a duração média da regulação de sinistros dos processos
enviados via Correios e a quantidade de reclamações geradas a partir desse
canal”.
Enquanto isso, Jorge Meireles diz que os atravessadores
mal-intencionados ganham ainda mais espaço. Ele crê que são os beneficiados
dessa política posta em prática pela Líder, de restrição ao corretor e
centralização de sinistros. “Tais
intermediários estão infiltrados com representantes em hospitais e outros
órgãos de interesse. Com isso, eles conseguem o que nós, corretores, não
conseguimos, a exemplo de uma procuração”, relata.
Na avaliação de Jorge
Meireles o “mercado do DPVAT anda muito prostituído,
muito também por causa das fraudes”. “E a Líder parece não estar preocupada.
São tantos os casos de fraudes surgindo Brasil afora e a companhia ainda
prefere investir contra o corretor, um canal seguro”, desabafa. É
importante que se diga, segundo ele, que “o corretor
é fiscalizado, se faz algo errado a Susep vem em cima, ao contrário do
atravessador que opera livremente sob aceito da Líder”.}
Fonte: www.news.genteseguradora.com.br
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